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Projeto Rugby com Partilha vence prémio "Ética no Desporto" 2023
O projeto "Rugby com Partilha", promovido pela Associação de Promoção da Prática de Rugby nos Meios Prisionais, foi distinguido com o prémio “Ética no Desporto” 2023, atribuído pelo Instituto Português do Desporto e Juventude I.P., através do Plano Nacional de Ética no Desporto. O projeto tem como objetivo promover e proporcionar a prática regular de rugby nas prisões, nas suas diferentes variantes, através do trabalho voluntário, de forma a contribuir para a formação, educação e reinserção social através do desporto de reclusos e ex-reclusos, promovendo a sua integração social através de clubes/associações desportivas que praticam rugby.
Com o primeiro treino realizado a 15 de março de 2015, este projeto iniciou-se formalmente em 2016 na sequência do protocolo de colaboração assinado entre a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e a Associação "Rugby com Partilha".
Atualmente conta com o apoio (em regime de voluntariado) de atuais e antigos jogadores de rugby, da seleção nacional ("Lobos") e dos principais clubes de rugby portugueses (Belenenses, Direito, Cascais, CDUP, CDUL, etc.), treinadores de clubes e da Federação Portuguesa de Rugby e envolve mais de 150 homens e mulheres reclusos em oito estabelecimentos prisionais diferentes em todo o país, concretamente, Lisboa, Linhó/Sintra, Vale de Judeus/Setúbal, Évora, Leiria, Santa Cruz do Bispo/Porto, Tires/Cascais e Montijo/Setúbal.
O rugby é um desporto de contacto alicerçado em valores muito fortes como o respeito pelo adversário, o trabalho em equipa, a disciplina e o desportivismo, pelo que os reclusos/jogadores aprendem a ter um maior autocontrolo, respeito pelas regras e equilíbrio emocional, o que é fundamental na relação entre pares e com o corpo prisional, ajudando-os a modelar comportamentos.
“O objetivo não é tanto ocupar o tempo livre, o que é importante, não é tanto a saúde, que também é importante, mas é sobretudo trabalhar para a reintegração, fornecendo aos reclusos/jogadores ferramentas para serem bem-sucedidos quando saem da prisão e o râguebi tem esse potencial extraordinário”, afirma Filipe Arraiano, responsável de projeto na Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Este projeto está a crescer e a evoluir e conta já com um segundo nível de intervenção. A Associação "Rugby com Partilha" tem um protocolo de colaboração assinado com o Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP) ao abrigo do qual, por um lado, os filhos dos reclusos do EP de Santa Cruz do Bispo podem jogar nas equipas jovens e, por outro lado, ajudam os reclusos/jogadores a encontrar um clube onde possam continuar a jogar depois de saírem da prisão: "Saber que há reclusos que procuram continuar a jogar rugby é um misto de alegria e gratidão, porque com o apoio da Associação "Rugby com Partilha" conseguimos dar-lhes ferramentas que não vão abandonar. Esta é uma forma de reinserção, de ter algo lá fora para segurar", sublinha o diretor do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus/Setúbal (prisão de alto nível de segurança).
A evolução mais recente são os jogos inter estabelecimentos Prisionais, elevando o projeto a um novo nível no qual, cumpridas todas os procedimentos de segurança aplicáveis, uma equipe de um EP se desloca a outro EP para disputar uma partida com a equipe "da casa".
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